Ceni destaca reação do Bahia após sofrer gol relâmpago: ‘Nosso melhor momento’

Estreia melhor, impossível. No primeiro jogo de Rogério Ceni como técnico do Bahia, o time ganhou do Coritiba por 4×2, fora de casa, nesta quinta-feira (14), e aumentou a distância para a zona de rebaixamento do Brasileirão, agora de quatro pontos. O treinador elogiou a postura do elenco no Couto Pereira.

“Os jogadores estão de parabéns. Não é fácil vencer fora de casa nesse Campeonato Brasileiro. Para todo mundo tem sido uma tarefa bem difícil, os mandantes têm levando muita vantagem, independente de posição na tabela. Sair daqui com o triunfo hoje, para a gente, é fundamental”, comentou, em entrevista coletiva depois da partida.

O técnico explicou o que tentou implantar no time em tão pouco tempo de trabalho, iniciado na segunda-feira (11). “Incentivo bastante todos eles e tento provocar, no bom sentido, ao máximo, porque eles têm capacidade. Um elenco que tem qualidades, virtudes. E acho que tem que se soltar, chamar a responsabilidade. Tem que acreditar no jogo. Acho que tentamos mudar um pouco de ser um time de menor transição e de maior controle de jogo. Lógico que você vai à frente no placar, faz dois, o adversário te empurra muitas vezes para trás”, disse.

“Tirando o final do jogo, que nós baixamos poder de concentração e tomamos um gol que a gente não pode tomar em circunstância alguma, que foi o segundo do Coritiba, de resto acho que controlamos bem o jogo. Mesmo depois do gol no primeiro tempo, foi nosso melhor momento no jogo. Trabalhamos bem a bola, contra-atacamos. Depois perdemos um pouco de concentração, até sofrer o gol no final”, completou.

Rogério Ceni também adiantou o que pode ser melhorado daqui para frente: o encaixe de passes e um jogo mais combinado.

“Acho que a gente pode desenvolver mais qualidade de passe, combinação de jogadas. Que é mais a característica que eu gosto. Não gosto tanto de muita transição, sempre abre espaço, chance de gol mas chance de sofrer gol também. Prefiro tentar ter mais o controle do jogo. A se destacar, coletivamente, o número de finalizações, oportunidades criadas”, avaliou.

O próximo adversário é outro time da zona de rebaixamento, o Santos (17º), mas dessa vez em casa. O treinador disse que espera ver a Arena Fonte Nova lotada na segunda-feira (18). A partida começa às 20h, e os ingressos estão à venda.

“Eu já conheço a torcida do Bahia de enfrentá-los muitas vezes. Tenho certeza agora que vou conhecer uma torcida diferente nessa segunda-feira. Nós contamos muito com o apoio do torcedor. Sei que sempre vai, mas tenho certeza que agora irá em maior número nesse jogo, que passa a ser uma outra decisão para a gente”.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Ceni:

O que manter e mudar?

Tentar sempre estar focado no jogo. Tentar ter mais controle. No fim, o Coritiba aumentou o número de finalizações, teve um pouco mais de posse. Deixar de ser um pouco ansioso em tanto contra-ataque, e sim controlar mais, para que a gente esteva melhor posicionado em campo. Ceder menos contra-ataques aos adversários. Temos jogadores para fazer esse tipo de jogo. Jogadores como Acevedo, Yago, Cauly, que está machucado, Thaciano, que fez um grande jogo hoje. Jogadores que conseguem fazer jogo combinado. Um estilo que me agrada mais que jogo de tanta transição. Temos bons velocistas, mas precisamos ter mais esse jogo combinado. Ratão tem que tentar vir mais para dentro.

Destaques

O destaque maior é coletivo. Acho que todo mundo fez o que foi proposto nesses três dias de treinamento. Nós treinamos situações de construção no primeiro dia, como construiríamos, como nos posicionaríamos em campo para o jogo. No segundo dia, como nos defenderíamos, em linha alta e linha baixa. Tentamos dar uma pincelada geral. Eu nem fui em um microciclo que a gente costuma a usar de treinamento porque tínhamos que conhecer um pouco os atletas, e trabalhamos muito mais parte tática que qualquer outra coisa.

Atuações individuais

Thaciano foi muito bem no jogo, na função, substituindo um jogador que é característico dez. Ele é um jogador que atua em várias posições, pode jogar mais à frente, ao lado, atrás. Gosto muito de Yago, gostei muito dele no jogo de hoje, deu um equilíbrio muito grande. Cándido foi muito bem, principalmente no apoio. Rezende vai sempre bem. O Bahia tem um elenco com jogadores parecidos entre titulares e reservas. Pode fazer algumas escolhas, principalmente do meio-campo para a frente. A gente tentou, no final, jogar com dois volantes mais à frente, Mugni e Acevedo. Léo [Cittadini], um jogador mais leve, de construção, um pouquinho mais ao lado. Temos que oferecer minutos e conhecer os jogadores.

Jogo na Arena Fonte Nova

Estou extremamente ansioso. O jogo não me deixa ansioso, mas esse encontro, sim. Fui extremamente bem recebido nesses quatro dias. Apesar de que eu não conheço praticamente nada além do CT. Aliás, eu conheço o estádio, porque a apresentação foi lá. Mas vivi dentro do CT. Até segunda-feira, para conhecer todos os protocolos, sistema, como se trabalha. Existem padrões, é preciso entregar muito mais coisas do que simplesmente o treino no campo. Depois de segunda-feira, dá para ter um dia de descanso, já que o intervalo é maior para o jogo contra o Flamengo. Mas agora é uma final o jogo contra o Santos, um confronto direto e que pode nos deixar em um situação mais confortável.

Falhas do goleiro rival

Grande goleiro. Natural que falhas aconteçam na carreira, noites ruins. Acho que o Bahia criou o suficiente, independente das falhas dele, para conseguir sua vitória. Isso acontece. Tem que ter cabeça boa, no lugar, vai ter uma nova oportunidade. A vida é assim, apagar erros. Eu já tive dias e noites difíceis, não pode parar. Tem que ter o apoio dos companheiros, clube, treinador e seguir em frente. E nós, aproveitamos. Mas acho que criamos inúmeras chances, independente de erros do goleiro. Acho que vir aqui, finalizar quase 20 vezes no gol, ter tantas oportunidades e chances claras de gol, isso é incontestável. Inclusive, as falhas são do jogo, é um pacote que vem junto.