Mãe de dirigente que deu beijo em jogadora anuncia greve de fome

A polêmica envolvendo Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), ganhou um novo capítulo – e uma nova personagem – nesta segunda-feira (28). A mãe do dirigente resolveu se trancar em uma igreja e anunciou uma greve de fome. Segundo Ángeles Béjar, a ação é um protesto contra a “perseguição” que, segundo ela, seu filho vem sofrendo nos últimos dias.

Rubiales beijou a atacante Jenni Hermoso na boca, sem o consentimento da jogadora, durante a cerimônia de premiação na final da Copa do Mundo Feminina, há pouco mais de uma semana. A Espanha conquistou o título inédito, superando a Inglaterra na decisão.

De acordo com a imprensa local, Béjar participou de uma missa pela manhã e, ao final, quando o padre saiu, ficou na igreja, localizada em Motril, uma pequena cidade na região da Andaluzia, no extremo sul da Espanha. Segundo uma prima de Rubiales, Vanessa Ruiz Béjar, a greve de fome de Ángeles durará até que Jenni Hermoso “diga a verdade” e “mantenha a versão que teve no início dos acontecimentos”.

“Ela chora sem parar, nós estamos sendo perseguidos nas nossas casas. Só queremos que a Jenni (Hermoso) fale a verdade”, falou Vanessa. Um médico e um policial chegaram a entrar na igreja para checar o estado de Ángeles.

Guerra de versões

Desde o início da polêmica, Luis Rubiales alegou que o beijo foi consentido e rechaçou renunciar à presidência. Ele afirmou que havia pedido a Hermoso para lhe dar um selinho em meio aos festejos dentro de campo. Mas, em uma transmissão ao vivo feita em suas redes sociais logo após o jogo, a jogadora disse: “não gostei (do gesto)”.

No dia seguinte, a Federação Espanhola de Futebol divulgou uma nota na qual a atacante teria dito que o beijo foi um gesto entre amigos consentido. O comunicado, porém, não foi compartilhado por Hermoso. A atleta então rebateu e, em texto divulgado pelo sindicato FutPro, afirmou que não deu permissão para o beijo. 

Na mesma nota, as jogadoras espanholas anunciaram que não vão defender a seleção da Espanha “se continuarem os atuais dirigentes”.