De atleta à técnica: conheça a trajetória de Rosana Augusto, treinadora da Seleção Feminina Sub-20

Concentrada na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), com a Seleção Principal, Rosana cumpre nova função: auxiliar de Arthur Elias

Arthur Elias comanda o primeiro treino com bola da Seleção Feminina Principal - 19/09/2023. Rosana Augusto

Rosana Augusto é a nova treinadora da Seleção Brasileira Feminina Sub-20, mas antes de Arthur Elias assumir exclusivamente a Seleção Principal, ela tem uma missão inédita: ser auxiliar do técnico. Com sua experiência, a ex-atleta busca integrar a base e o profissional pensando no futuro da Canarinho. 

Rosana defendeu a Seleção Brasileira durante 18 anos. Entre seus títulos mais relevantes com a Canarinho estão as medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008), dois ouros no Pan-Americano (2003 e 2007), dois títulos do Sul-Americano (2003 e 2010) e o vice-campeonato na Copa do Mundo de 2007, na China.

Depois de toda essa experiência como atleta, ela volta para transmitir o que aprendeu para jogadoras que ainda estão no início de sua carreira. Pensando em todas as categorias da Seleção Brasileira Feminina, Rosana comanda a transição entre a base e o profissional e confirma que está pronta para fazer um bom trabalho.

Rosana com a medalha nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de JaneiroRosana com a medalha nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro
Créditos: Arquivo Pessoal

“Assumir a Seleção Sub-20 é um papel fundamental por conta do elo entre a Sub-17 e Sub-15, que são a porta de entrada, até o produto final, que é a Seleção Principal. Está um turbilhão ainda na minha cabeça, mas eu estou muito convicta do trabalho que a gente pode desempenhar e tenho uma expectativa muito boa que vamos contribuir muito com a Seleção Brasileira Principal”, disse.

“A ideia é conseguir acompanhar o trabalho da Jatobá e, quando tiver a convocação da Principal, também estar próximo ao Arthur para entender o que os dois estão fazendo e ver o que eu preciso fazer para que esse alcance de atletas na Seleção Principal seja ainda maior”, avaliou.

Rosana começou sua carreira efetivamente aos 14 anos, jogando no São Paulo. No Brasil, também atuou pelo Corinthians, Internacional, Centro Olímpico, São José, Santos, Ferroviária e Palmeiras. No exterior, defendeu a camisa do SV Neulengbach (Áustria), Sky Blue (Estados Unidos), Lyon (França), Avaldsnes IL (Noruega) e Paris Saint Germain (França) e North Carolina Courage (Estados Unidos).

Em sua passagem por esses clubes conquistou alguns títulos significativos. Foi campeã da Champions League com o Lyon, conquistou a Libertadores duas vezes (São José e Corinthians/Audax) e levantou a taça do Mundial de Clubes também com o São José.

Rosana conquistou a Champions League com o Lyon em 2012Rosana conquistou a Champions League com o Lyon em 2012
Créditos: UEFA Women’s Champions League 2012

Imersa no futebol feminino desde criança, Rosana acredita que sua vivência com certeza faz a diferença no momento de preparar uma equipe para defender o Brasil, além de servir como inspiração.

“Desde que eu era atleta já vinha fazendo cursos. Fiz minha primeira licença UF em 2013, então são 10 anos estudando e 24 anos praticando. O que eu tenho feito é compilar toda essa parte teórica com a parte prática para conseguir aplicar para as atletas e extrair o melhor delas. Acho que ter uma carreira vitoriosa com certeza é um incentivo para as meninas que serão convocadas, de ter um espelho da representatividade que eu tenho, do que deu certo. Meu maior desejo é poder, de fato, contribuir com muitas atletas.”

Treinadora desde 2020, Rosana já passou pelo Athletico-PR, onde foi campeã do Campeonato Paranaense 2020, e pelo Red Bull Bragantino, com o qual venceu o Brasileirão Feminino A2 2023 e garantiu o acesso para a Série A1.

Rosana Augusto com o troféu do Brasileirão Feminino A2Rosana Augusto com o troféu do Brasileirão Feminino A2
Créditos: Fernando Roberto/Red Bull Bragantino

Lutando pelo futebol feminino há anos, a técnica ainda ressaltou que seu principal foco é poder contribuir na formação das jogadoras.

“Para mim, o futebol de mulheres é uma causa, é uma missão. Então, antes de títulos, conseguir contribuir na formação de pessoas que vão servir melhor à nossa sociedade e, consequentemente, poder, através do futebol também, proporcionar momentos de glória para elas, para a família delas, e quem sabe, mais para frente, a gente ter novas ex-atletas numa posição de comando como eu estou hoje”, finalizou.